sexta-feira, 7 de maio de 2010

paixão breve de metrô


ela estava em cima da figura da bicicleta desenhada no chão, mania. os cabelos voavam ao vento que o trem fazia ao se aproximar. avistou rapidamente um rapaz magro que lhe apeteceu, logo correu a extensão de três vagões para entrar no dele antes que as portas fechassem. naturalmente, sentou-se no banco que ficava de frente para o perfil dele.

ambos com fones de ouvido. um ouvia ramones. o outro, wilco. ela movia a boca cantarolando. ele, até então distraído, olhou para ela e se perdeu. olhares tímidos e desencontrados. ela esticou o braço esquerdo e apoiou no canto da janela. foi tomada por pensamentos capciosos quando ele abriu a mochila à procura de algo e deixou, sem querer, à mostra um pacote de camisinhas. o rapaz procurava algo onde pudesse escrever, não encontrou, desistiu. entretanto, esticou o braço direito apoiando-o no encosto do banco. as mãos deles ficaram lado a lado. olharam para o reflexo na janela da frente. o reflexo dava a impressão de que estavam de mãos dadas. sorriram. ele, sutilmente, aproximou a mão dele. ela, por impulso, tirou a dela e levou-a à cabeça.

levantaram-se ao mesmo tempo, na mesma estação. ficaram parados esperando que a porta abrisse. foram para lados opostos. no meio do caminho, olharam pra trás. abaixaram a cabeça, continuaram andando e se perderam um do outro...

5 comentários:

Unknown disse...

ah...paixões platônicas são as melhores não é mesmo.

Kiya disse...

ooooohhhh *-*

Camila Fontenele disse...

No ônibus, na fila, no metrô, na padaria, amores platonicos são sempre bem-vindos!

Bruno disse...

eu sempre imagino coisas assim no metrô. não necessariamente paixões breves... todo tipo de cena.
me dei conta agora de que nunca matei ninguém no metrô...

Deia Snta disse...

Nossa vc viu isso acontecendo cmg??Nem eu tinha entendido oq tinha acontecido...