segunda-feira, 1 de junho de 2009

em crise


me pergunto por onde anda a minha inspiração. procuro por todas as partes do meu corpo e não encontro. talvez esteja escondida nos becos úmidos da minha consciência, cheia de infiltrações. ou diluída no sangue que passa rápido demais pelas minhas veias. às vezes, quando leio uma poesia, sinto que fica perdida entre uma rima e outra. talvez, misturada com a frequência de uma bela música em dó, vai embora através dos meus olhos, em forma de lágrimas sem explicação.

sei que perdi a inspiração em algum instante no tempo, entre o centro do topo do meu cérebro (responsável pelas sensações) e as minhas palavras ou a ponta da caneta. de repente estou andando demais pela avenida paulista, aí então as ondas que saem do alto das torres estão afetando o meu cérebro e o problema, entretanto, seria mesmo direto na fonte e não em algum instante no tempo. a digitalização quem sabe! agora tudo é código binário e eu continuo no esquema analógico, meu sistema não sabe mais decodificar. e agora?

enquanto eu procurava por respostas diretas, percebi que estava tão focada na grande crise do entendimento que não via um anjo vestido de vermelho que fica o tempo todo ao meu lado, me dizendo que eu perdi a minha inspiração dentro dos seus olhos, que a saudade que eu sinto é o vazio que foi deixado quando os seus olhos roubaram a minha inspiração e a vontade de tê-la de novo, trazendo você junto dela.