terça-feira, 12 de julho de 2016

água e fogo


me obrigo a escrever para tentar compreender um tanto de nós. eu estou no fundo de um oceano gigantesco, mas não posso e não quero voltar à superfície, porque sou eu a própria água. em paradoxo, o âmago feito de um fogo que é alimentado toda a vez que vem a lua. a ela peço clareza e ela me diz que eu já sei as respostas que preciso hoje. 

eu não sei. mas eu sinto. sinto que estou cansada de tentar não perder o chão, mesmo que eu já tenha perdido há muito tempo. sinto que me saboto quando olho para você e tento não ser água e fogo. mas não dá. então, sinto também que é preciso coragem para desistir e ainda mais coragem para tentar. sinto a sua alma tão perto e tão bonita, porque é também água e fogo. 

o nosso gozo é um só, como o sol se pondo no mar. nós somos pedaços muito próximos do universo. confesso que não sei o que fazer com isso (e nem você, que chega a machucar), mas agradeço pela confusão mais bonita que eu tenho. porque, hoje, somos e pronto. até que surja alguma coragem.