quinta-feira, 14 de maio de 2009

senta, pede um café


das últimas vezes, olhei para você e tive vontade de te levar para longe de todo mundo, onde ficássemos só eu e você. ninguém para atrapalhar. nada para distrair. levar você para o nosso universo paralelo. te dizer pelo menos um terço de tudo de mais puro que estou sentindo e todas as más intenções que tomam, ultimamente, os meus loucos pensamentos.

lá, nesse universo, te tocaria devagar, enquanto faria você entender que é o único que quero ter desde quando nos beijamos pela primeira vez. num beijo, mais intenso que todos já dados, encontraria a coragem necessária para te convidar para dormir comigo. dia frio, cama quente (não tanto quanto os nosso corpos ficariam). no deslize das mãos, a coragem de pedir para não ter que me despedir de você, para você não me largar mais. finalmente, quando estivéssemos ocupando o mesmo espaço no tempo, quando todo resquício de razão fosse embora, conseguiria suspirar baixinho que eu gosto de você. eu gosto de você. entre gemidos... dizer... como eu gosto de você. e não há nada de errado em se comprometer. ou há?

eu quero sentar, pedir um café. dizer o que quiser. esperar o sol baixar, vai esfriar.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

antropofagia


escrevo para
comer alguém
e que alguém
me coma
com todos
os pressentidos
que este poema
contém

(Aroldo Pereira)

terça-feira, 5 de maio de 2009

amor é sentido, sinestesia


sonhei. como se o tempo houvesse retrocedido dois ou três anos. sonhei.

era ele, me dando algum sinal. ele veio me encontrar em espírito para me ensinar a ser como eu era, como eu sei ser. o meu amor esquecido, sem jamais ter sido realmente esquecido. o meu grande amor esquecido, enterrado em algum lugar escondido do meu corpo, ele veio me dizer o que eu queria ouvir. aquele, que está guardado comigo como uma flor seca fica guardada dentro de um livro, sem nunca desaparecer completamente. oh! meu ex-amor, sempre-amor, meu rico e brando paradoxo!

eu estava num sítio, que cheirava a flores do campo. meditando. quando resolvi entrar no quarto para trocar de roupa, ele estava lá, deitado na cama, com aquele mesmo sorriso de quatro anos atrás que eu nunca me esqueci, o mesmo da primeira vez que o vi. imediatamente fugi dele! e em todos os lugares para onde eu ia, ele estava, com aquele sorriso e a mexa de cabelos caindo nos olhos. e eu fugia! eu? correndo para o lado oposto de tudo que há de mais passional em mim? por quê?

ele me encurralou, me tocou, me fez tremer de calor (meu paradoxo). meu corpo frágil, passivo, domável, perto dele (minha falta de razão), transportava-se para longe. o meu amor passado disse para encontrá-lo ‘lá em cima’. eu fui.

sentei-me ao lado dele, que me disse coisas do passado, coisas sobre mim, sobre ele, sobre nós. me abraçou e, olhando bem fundo nos meus olhos, me repreendeu ‘pára de fugir e segue o coração. segue o coração!’. tão nítido e... era isso! perguntei como e ele me beijou de um jeito intenso. intensidade, coração, paixão, desejo, vontade, coragem.

eu entendi, meu amor! você é a minha melhor conotação.

amar é verbo, único. amor é sentido, sinestesia.

você ainda é a minha maior inspiração.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

qual a criança


(...)

fiquei com menos ar ainda. meu oxigênio foi todo embora. nem sei como meus órgãos ainda funcionam e meu sangue ainda segue o fluxo.

preciso de uma máscara de oxigênio nesse dia tão atípico e infernal. meu cérebro vai explodir! e meu coração vai poder ser doado facilmente, porque vai demorar a parar de bater, do jeito que está a frequência.

eu acho que o que me mantém viva é a frequência das ondas sonoras que vêm do fone de ouvido. como se fosse um desfibrilador em hertz, mas para o cérebro. ou um fibrilador para o coração, para ele desacelerar.

ah não! essas músicas no aleatório ainda me matam! unchained melody na voz do elvis vai desacelerar tudo. tá... mais fraco... mais... fraco.........


protegendo você nos meus braços pequenos
eu sou muito menos
eu sou muito menos
do que o sonho exige de mim.